Closer Acoustics Ogy: Serão estas colunas de som as novas Rogers LS3/5A?

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Closer Acoustics Ogy


Na busca interminável pela melhor forma de construir uma coluna de som, a maioria dos fabricantes opta pela configuração mais convencional. Colocar múltiplos altifalantes dentro de uma caixa, para cobrir o maior espectro de frequências possível, e conseguir uma reprodução musical convincente.


Mas há quem defenda que não é preciso complicar para conseguir o mesmo resultado. É o caso de Jacek Grodecki, o fundador da marca de colunas de alta-fidelidade Closer Acoustics. As Ogy, são o modelo mais pequeno produzido pelo fabricante polaco e, tal como o resto da gama, foram desenhadas à volta de um altifalante full-range, oriundo da SEM, uma pequena fábrica francesa que apenas produz drivers de altíssima qualidade. 


Este altifalante coaxial tem apenas 10 cm de diâmetro e um corretor de fase de madeira ao centro, o que lhe confere um comportamento de ponto de origem (source point). A sua aplicação dispensa a necessidade de um divisor de frequências, elevando a sua sensibilidade para uns generosos 91 dB. Embora as suas especificações refiram uma amplitude entre os 50 Hz e os 18 kHz, a reduzida dimensão será sempre um fator condicionante. Para contornar as leis da física, e lidar com a potencial falta de extensão nas baixas frequências, Jacek Grodecki desenhou as Ogy aplicando o princípio de linha de transmissão com um labirinto no seu interior. De acordo com o fabricante, permite descer aos 40 Hz sem empolamento do grave, uma vez que o altifalante tem uma resposta de frequência relativamente plana.


Closer Acoustics Ogy e Lunae Mons Single Ended  


A embalagem dos equipamentos, normalmente não costuma ser um tópico digno de destaque. No entanto, para nós a referência é a forma como a Bowers&Wilkins acondiciona os seus modelos. Isto até vermos como a Closer Acoustics colocou as Ogy na caixa dentro de sacos de pano, sem folgas, com placas de espuma densa, mas extremamente fáceis de retirar, bastando puxar pelas alças. 


A felicidade de um audiófilo está na gama média


As opções de acabamentos disponibilizados pela Closer Acoustics são: Aglomerado de Bétula, Revestimento a Nogueira ou Carvalho, ou ainda com um composto que a marca chama Corian, com pintura acrílica em branco ou preto piano. O design exterior das Ogy não podia ser mais simples. Com dimensões aproximadamente iguais na altura e em profundidade (312x306 mm), são pouco mais largas que o próprio altifalante, que ocupa o topo do painel frontal. Na traseira encontramos uma elegante placa com o nome do modelo gravado e dois terminais de qualidade que aceitam cabo descarnado, bananas ou forquilhas. Na frente, em baixo fica a abertura da transmissão de linha, assumindo um formato que parece uma boca a sorrir para nós.


Closer Acoustics Ogy


É precisamente com um sorriso na cara que ficamos ao ouvir as Ogy tocar. Lembramo-nos da velha máxima: “A felicidade de um audiófilo está na gama média”, e inevitavelmente recordamos também as Rogers LS3/5A, desenvolvidas pela BBC como monitores compactos de gravação, e possivelmente as colunas de som mais influentes do século XX. Mas ao contrário destas, cuja reverenciada gama média era conseguida por meio de um complexo filtro divisor, nas Ogy, tudo é feito de forma orgânica. Não existem obstáculos entre o sinal que sai do amplificador e o altifalante. 


A Closer Acoustics recomenda a utilização de amplificação a válvulas de baixa potência com estas monitoras. Decidi utilizar um Lunae Mons Research Single Ended com 10 Watt, um projeto do português Miguel Gomes, e o resultado foi impressionante. Uma gama média surpreendentemente coerente, e globalmente melhor que as LS3/5A na extensão do grave e das altas frequências. No entanto, lembrava-me de ter ouvido as Ogy com o acabamento Corian na My Hifi-House e soaram-me mais neutras. O modelo testado com Aglomerado de Bétula soou por vezes nasalado. Mais com algumas gravações do que outras, e sobretudo com vozes. 


Closer Acoustics Ogy


O conceito de coluna de som com um único altifalante full-range não me é estranho. Já tive umas Acuhorn Nero 125, igualmente originárias da Polónia, mas com uma volumetria dez vezes superior. Pode dizer-se que seriam umas Ogy com uma escala maior. Embora o grave conseguisse descer algumas oitavas devido ao tamanho, ao contrário das Ogy, o altifalante era limitado na extensão das altas frequências, o que me obrigou a juntar-lhes um supertweeter para compensar.


Utilizadas como “nearfield monitors”, a experiência com as Ogy pode ser desconcertante


As Ogy não serão possivelmente as colunas de som indicadas para toda a gente. Têm um som particularmente direcional, pelo que quem goste apenas de ouvir som ambiente encontrará melhores soluções. Mas quem estiver disposto a sentar-se em frente a elas para apreciar música, desde que colocadas numa sala adequada (o nosso teste foi num espaço com aproximadamente 15 m2), será recompensado com um som extremamente natural. Ao ponto de requerer alguma habituação, por estarmos tão formatados por uma sonoridade sempre filtrada por crossovers. A experiência pode ser desconcertante, sobretudo quando utilizadas como “nearfield monitors” já pela noite dentro, tal como acontecia com as Rogers LS3/5A.


Closer Acoustics Ogy: 1 830 euros
Disponíveis na My Hifi-House
Suportes de colunas Quadraspire: a partir de 487 euros, disponíveis na Exaudio


Closer Acoustics Ogy



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